Em entrevista à Folha, o presidente do Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores (PT), Rui Baraúna, classificou como lamentável a informação de que todos os oito deputados federais de Roraima votarão a favor do impedimento da presidente. “É lamentável que isso esteja acontecendo, porque a gente acredita que essa questão do impeachment é ilegal, sem fundamentação jurídica e com argumento exclusivamente político. Os deputados estão se posicionando a favor por pressão que estão sofrendo e por medo de perder votos nas próximas eleições”, disse.
Para ele, as pedaladas fiscais feitas pela presidente Dilma Rousseff não podem ser caracterizadas como crime. “Todo mundo já fez isso em todo o Brasil e por isso ela está sendo acusada de ter cometido a irregularidade, mas a presidente pegou emprestado o dinheiro para investir nas ações sociais do governo. Se isso é crime, eu não sei mais o que é crime”, afirmou.
Baraúna informou que a representação do partido em Roraima não fará manifestações neste domingo. “Está previsto apenas de nós irmos acompanhar a votação na sede do partido, que será aberto para todos”, frisou.
Saiba o que acontece caso impeachment passe na Câmara
O processo de votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) na Câmara dos Deputados começou na sexta-feira, 15, e só termina neste domingo, 17 de abril, quando cada deputado declarará seu voto de forma oral por 10 segundos.
Conforme determinação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, a votação de amanhã, que começa às 14h (de Brasília) será iniciada pelos deputados federais de Roraima. O primeiro parlamentar a votar, por ordem alfabética, será Abel Galinha (DEM). Logo após, votarão os deputados Carlos Andrade (PHS), Édio Lopes (PR), Hiran Gonçalves (PP), Jhonatan de Jesus (PRB), Maria Helena (PSB), Remídio Monai (PR) e Shéridan (PSDB). Conforme apuração da Folha, todos os oito deputados federais de Roraima votarão a favor do impedimento da presidente Dilma Rousseff.
A previsão é que a votação sobre o relatório de impeachment se encerre por volta das 19h30 – 20h de domingo. Se aceito pela Câmara, o caso segue para avaliação do Senado, que deve instalar uma comissão para analisar o processo. A expectativa é de que os senadores votem a abertura do processo de impeachment no início de maio. Se metade da Casa aceitar a denúncia, Dilma é afastada por 180 dias. O vice-presidente Michel Temer, então, assumiria a presidência no período.